"No centro sentimos leveza."
(Bert Hellinger)

DE UMA COISA EU TENHO CERTEZA: COMPREENDER É FUNDAMENTAL!!!







sexta-feira, 8 de abril de 2011

"VERSATILIDADE" ou...

Para a grande maioria das pessoas, já de manhã cedo começa a rotina...para muitas mulheres, ajeitar o café da manhã, organizar os filhos, a casa... levar e buscar... fazer supermercado, ocupar-se da comida em geral... amamentar o bebê, resolver questões do trabalho, pagar contas, organizar o lazer, namorar, sair para trabalhar, arrumada, impecável... se não tem filhos, tem outras obrigações familiares... fazer academia... ...etc, etc, etc...
Os homens também têm os seus muuuuitos afazeres...ser provedor, cuidar dos filhos (e ser filho)...cuidar dos pais (e ser pai)... maridos, namorados, amantes...têm que cuidar da vaidade, do trabalho, das relações, do lazer, etc, etc, etc...
Será que dá para delegar alguma coisa? Às vezes, sim... outras, realmente, fica impossível... 
Mas, e aquelas situações em que a pessoa tem a oportunidade de aceitar ajuda, ou até mesmo de pedir (ops: isso já é bem mais difícil para muitos..), e não se permite?
Na ânsia de fazer tudo acontecer, e "certinho", ou até mesmo pelo hábito de fazer de tudo sempre, responde: "não se preocupe, estou acostumada (o)!" 
E nem se dá conta do que está causando em sua própria vida.
Minha proposta de reflexão, ao menos por um instante, é a seguinte: damos conta porque somos realmente versáteis, ou porque ocupamos (e queremos manter) um lugar de onipotência (o que mantém a sensação de "estar no comando")?
Observe o seu desgaste de energia. Fazendo coisas com prazer, o desgaste emocional é menor (ainda que o desgaste físico seja grande, como por exemplo, ir para uma aula na academia após um dia inteiro de trabalho, mas tendo o prazer de eliminar o stress numa aula de box ou de bike e tomar aquele banho gostoso depois!). 
Porém, quando realizamos tantas coisas para sermos valorizados, reconhecidos e aplaudidos (veja bem: esse desejo costuma ser bem inconsciente!), o desgaste emocional é cada vez maior. Tanto que, chega uma hora, em que a pessoa entra num estado de nervos, melancolia ou insatisfação tão intenso, que precisa de cuidados imediatos. Sente que chegou no limite! Então, ela tem a sensação que não consegue mais administrar os seus afazeres, inclusive os mais prazerosos, como assistir a uma festinha de dia das mães na escola dos filhos ou curtir um "happy hour" com os amigos, porque até isso lhe incomoda.
Dores musculares, insônia, choro sem motivo, cansaço, agressividade, falta de humor, impulsividade, alergias, entre tantos outros, são sinais de que algo não anda bem no nosso sistema corpo-mente. Isso pede acolhimento.
Ao fazer "tudo para todos, sempre e incondicionalmente", costumamos esperar alguma coisa em retorno...o que nem sempre acontece.
Para não me estender muito, sugiro que, aos primeiros sinais de insatisfação e cansaço, você se pergunte se não está na hora de repensar os seus hábitos. Além disso, observe a energia, física e psíquica, que tem gasto para administrar os diversos setores da sua vida, quando percebe que algo não está fluindo bem. Procure prestar atenção se, mesmo tendo versatilidade e praticidade para resolver tantas coisas, não deseja conquistar um espaço de reconhecimento de seu valor pessoal.
Lembre-se que o seu valor está relacionado diretamente à pessoa que você é, e não somente àquilo que você faz. Se não estiver satisfeita com alguma coisa, pergunte-se de onde  isso vem, e, especificamente, que parte sua está dando permissão para que você esteja vivenciando essa sensação desagradável...
E, se preciso... busque ajuda para superar esse momento delicado! 
Reconhecer os próprios limites é num sinal de coragem e força interior!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

DESAPEGO ??

Hoje estive pensando na questão do desapego, pois tanta gente diz que é desapegada dos bens materiais...
Vou contar uma história verídica, que aconteceu comigo.
Há alguns anos, dispensei uma funcionária por justa causa (e, olha que eu tolerei muuuuuuuuita coisa inadequada! era uma pessoa bastante "espaçosa"). 
Exatamente 08 meses depois, resolvi fazer um jantar para comemorar o meu aniversário, e convidei 18 pessoas íntimas. Quando fui pegar AQUELE jogo de pratos que eu havia ganho de casamento, DAQUELA TIA querida, o qual eu havia usado pouquíssimas vezes, tive uma surpresa: havia apenas 8 pratos de mesa e 6 de sobremesa.
E os copos? AQUELE jogo de cristal...havia sobrado apenas 4!!!
Surpresa, liguei os fatos e suspeitei ter sido roubada. Sem provas, e, passado tanto tempo, não havia muito a fazer, a não ser lamentar o ocorrido.
Ao pedir aos meus Mestres Iluminados e Protetores que me dessem um sinal, ou uma luz sobre o que havia ocorrido, eu tive uma revelação. 
No elevador, ao encontrar com uma moça que trabalhava em outro apartamento mas no mesmo prédio, ela me cumprimenta e diz: "Nossa, que bom ter conhecido a senhora! Ouvi falar que a senhora é uma pessoa muito boa, e muito dasapegada dos bens materiais...tanto que a "Fulana" me contou que a senhora deu para ela um jogo completo de pratos "chiques" e umas taças de cristal!!!!"
Bingo. Estava aí a confirmação das minhas suspeitas!!
Grata aos meus "amigos espirituais" pela informação fornecida por essa outra moça, que eu NUNCA havia encontrado antes, eu comecei a remontar a história toda, desde que a "pessoa" havia chegado em minha casa para trabalhar, e muitíssimo bem recomendada, com fortes referências.
Com uma postura prestativa, aos poucos foi assumindo a pessoa que realmente era... mas que EU não enxergava!
Logo de cara, me perguntou quem iria revistar a sua bolsa quando ela saísse no final de semana... e eu, surpresa, simplesmente respondi que se eu não tivesse confiança nela, ainda mais com todas as referências que ela tinha, eu não a teria contratado; além disso, foram muitas as vezes que ela "sumia " com os copos de uso diário (mas sempre me avisava!!), ou colocava objetos mais sofisticados em uso (o que eu, particularmente, até achei bacana, pois não sou a pessoa mais atenta à estética da casa ), e eu interpretava essa atitude como um favor que ela estava me fazendo: arrumar a minha casa, deixando tudo combinadinho!!
Para finalizar, eu confesso que ela me deu muitos sinais de que era bastante materialista, e eu é que não percebia. Ao "humanizar" esta relação, tratando a pessoa com respeito, carinho e dignidade, não me dei conta de que eu fui distorcendo os seus comentários a respeito de objetos de valor, interesse por roupas de grife e objetos de cristal (coisas que estão bem longe do meu campo de interesses prioritários) pois eu encarava tudo como "opiniões diferentes sobre o mesmo assunto".
Conclusão: assumo que fui displiscente, e até certo ponto, desatenta. Até porque, um dos motivos dela ter saído da outra casa onde trabalhava era porque a outra patroa "contava os objetos e até as frutas da geladeira". E isso foi ela mesma que me contou, na entrevista. Comovida com essa informação, eu a contratei.
Então, pessoal...vamos refletir: ser desapegada é diferente de ser desatenta...E, mais ainda: "uns evoluem às custas dos outros"!!
Apesar da situação desagradável, eu compreendi que, da mesma maneira que ela teve a oportunidade de aprender alguns valores éticos e morais por aqui (mas, pelo jeito, não conseguiu se sair tão bem...), eu também tive a oportunidade de abrir os meus olhos para o que estava à minha frente!! (e também deixei a oportunidade passar...ou vocês acham que foi a primeira vez que eu fui "feita de trouxa na minha própria cara"??)
Desde então, meus olhos estão mais abertos.
De certa forma, tenho que agradecê-la por ter me dado a oportunidade de evoluir! (detalhe: apesar de ter me sentido traída, eu aceitei a oferta!!)
Um abraço carinhoso a todos!!