"No centro sentimos leveza."
(Bert Hellinger)

DE UMA COISA EU TENHO CERTEZA: COMPREENDER É FUNDAMENTAL!!!







quinta-feira, 20 de maio de 2010

Arrumando os meus muitos livros, encontrei um bem fininho, tipo livrinho de bolso, cujo nome é "O casamento espiritual". Segui no que eu estava fazendo, mas não pude resistir e, então, abri aleatoriamente na página 35, onde encontrei a seguinte frase: "Trabalhe para mudar a si próprio, não as circunstâncias."
Não resisti. Corri para o computador e acessei o meu blog, na intenção de escrever alguma coisa a respeito.
Para além de uma união matrimonial convencional, acredito que fazemos diversos casamentos ao longo da vida se compreendemos o casamento não como uma instituição, e sim como uma possibilidade de construção de uma parceria. Porém, em qualquer situação, é fundamental que ambos os parceiros estejam constante e conscientemente refazendo este contrato.
Especificamente, casar pode até ser fácil...separar, em alguns casos, também...mas, manter um casamento, isso sim é desafiador!!
Não tenho a intenção de abordar este tema aqui , nesse momento reflexivo, mas gostaria de comentar um pouco a frase que citei acima (a da página 35). O mais comum e previsível é o nosso desejo (e até o nosso empenho, muitas vezes) de mudar os outros, ou algumas situações desconfortáveis, tentando fazer com que nós sejamos a referência, o parâmetro para que as coisas aconteçam (ou não). 
Mas, se cada um conseguir compreender o que em si mesmo significa uma atitude, uma fala, uma agressão, um olhar expressivo, ou seja, se cada um de nós aprimorar a auto-percepção, muitos dos problemas de comunicação e, consequentemente, de relacionamento, poderão ser evitados.
Há uma frase de Ortega y Gasset que para mim faz muito sentido: "Eu sou eu e minha circunstância". 
É...ninguém consegue viver sozinho. Por isso, cada um pode e deve se responsabilizar prioritariamente por si mesmo, para então, a partir da auto-responsabilidade pelos próprios atos, procurar compreender melhor as suas circunstâncias.

sábado, 8 de maio de 2010

MÃES...

A maternidade é realmente uma dádiva!!
Mas podemos exercer essa função mesmo que não tenhamos gerados nossos próprios filhos, e de diversas maneiras.
Toda vez que acolhemos, acreditamos, amamos, aceitamos incondicionalmente, repreendemos ("para o bem"), criticamos ("de maneira construtiva"), olhamos com carinho, conversamos, colocamos limites ("limite é um ato de amor"...), sorrimos, aconselhamos, tocamos...estamos exercendo algo da função materna.
As mães nos trazem ao mundo: elas nos oferecem a possibilidade de nascermos, de ocuparmos um espaço.
E, ainda que a relação com a figura materna seja conflituosa, devemos reconhecer em nós um sentimento fundamental: a GRATIDÃO PELA VIDA QUE NOS FOI PROPORCIONADA POR ELA!!!
A todas as mães: um feliz dia!!! Hoje e sempre!!!

domingo, 2 de maio de 2010

PROBLEMAS DE LINGUAGEM ORAL E ENURESE: ABORDAGEM FONOAUDIOLÓGICA

Até os 5 anos, é esperado que a criança já consiga falar corretamente os sons do Português Brasileiro.
Observa-se que, em alguns casos, ela quer expressar alguma coisa e as suas palavras não dão conta. Por isso, ela vai usar outras partes do corpo, e não somente a boca. Sabemos que "o corpo fala"...
Por outro lado, o controle do esfíncter vesical, tanto diurno como noturno, também deve ser adquirido até os 5 anos.
A enurese (eliminação involuntária e inconsciente da urina) é uma dificuldade comum a muitas famílias desde a Antiguidade. Trata-se de um tema abordado por especialistas de diversas áreas, e está associado a muito stress e sofrimento.
Em minha prática clínica, atendi a muitas crianças que apresentavam problemas de linguagem oral (como, por exemplo: falar errado, falar pouco, gagueira, perda da voz), mas que também apresentavam o quadro enurético. É interessante apontar que que nem sempre essa era uma queixa trazida imediatamente pelos seus pais, e sim somente depois de um tempo em que já estávamos em terapia de fono.
Por estar sempre interessada na pessoa como um todo (foram muitas as situações em que os pais me perguntavam se eu era Fono ou Psicóloga...), eu acreditava que fazer xixi na cama após essa idade poderia ser considerado uma linguagem. Diante dessa convicção, eu me perguntava se haveria alguma relação entre tais ocorrências.
Decidi estudar o tema com maior profundidade, levando essa questão para o Mestrado em Fonoaudiologia. Para isso, optei por uma abordagem bio-psíquica, que considera linguagem, corpo e psiquismo como sendo instâncias indissociáveis.
Mergulhei no assunto, e, após dois anos de estudo intenso, constatei que, de fato, há diversas relações entre problemas de linguagem oral e a enurese em crianças.
Mas, por que estudar essas co-ocorrências em um Programa de Fonoaudiologia?
Primeiro, porque necessariamente eu estaria partindo de crianças com problemas de linguagem oral, que são o objeto do meu experiente percurso clínico. Em segundo lugar, essa escolha se deve ao meu desejo antigo e recorrente de oferecer uma abordagem inovadora em Fonoaudiologia, ou seja, considerando o paciente para além da boca, e apontando que ali existe um ser constituído pela linguagem... ser este que sofre, mas nem sempre consegue expressar verbalmente o seu sofrimento.
Uma vez que o trabalho já foi concluído (e com sucesso!!!), fico muito feliz: não somente por ter validado a minha hipótese, mas também pensando na contribuição científica desse estudo aos pais, profissionais da área da Saúde, educadores e demais interessados.
Como Fonoaudióloga, afirmo que uma intervenção fonoaudiológica pode auxiliar a criança na remissão de seu sintoma enurético. Mas... por que isso é possível?
A resposta é simples: por considerar que tudo é linguagem!!!